Jumentos cearenses são adotados por turistas

*Por Rosanna Amazonas
Ao visitar o Ceará, muitos turistas levam na bagagem produtos típicos do Estado, como artesanato, roupas e calçados. No entanto, ao contrário da maioria, um advogado carioca, que esteve por aqui em janeiro último, levou como lembrança um trio de jumentos de dois meses: o Batoré, a Iracema e a Quitéria.

José Pio Borges adotou os animais em uma visita à fazenda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), no município de Santa Quitéria (a 252 quilômetros de Fortaleza). O local é o ponto final dos animais que são apreendidos, nas estradas do Estado, pelo Departamento de Trânsito do Ceará (Detran-CE). A atitude advogado teve um motivo: apaixonado pela cultura nordestina, quis chamar a atenção para o abandono dos jegues.

Batoré, Iracema e Quitéria embarcaram para o Rio de Janeiro - em vôos diferentes, porque a companhia aérea só aceitou transportar um por vez - no dia 27 de janeiro. O trio está instalado na Fazenda Canto Allegro, em Nova Friburgo, a 200 quilômetros da capital carioca.

Aos amantes dos animais que vierem ao Ceará e se habilitarem à adoção, a União Protetora dos Animais, exige apenas a Guia de Transferência do Animal - um atestado veterinário.

Já no que diz respeiro aos jegues... O padre Antônio Vieira, natural do município de Várzea Alegre (a 466 quilômetros de Fortaleza) é o autor do célebre livro "O Jumento, nosso Irmão" (1964) - traduzido também para o inglês. Na entrada da cidade natal do religioso, localizada na Região do Cariri, há uma estátua do padre, ao lado de um jegue. Com Luiz Gonzaga (o "rei do baião") e o poeta Patativa do Assaré, padre Antônio Vieira integrou a "Trilogia do Ciclo do Jumento". O movimento, iniciado no Crato (a 542 quilômetros de Fortaleza) tinha como rumo a defesa do jegue.

(Fonte: Jornal O Povo)

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